segunda-feira, 16 de maio de 2011

Entendendo o DI.


Design instrucional ou projeto instrucional é o termo comumente usado em português para se referir a engenharia pedagógica.
A engenharia pedagógica trata do conjunto de métodos, técnicas e recursos utilizados em processos de ensino-aprendizagem.

Emprega-se o termo design instrucional à concepção de cursos, aulas individuais e à construção de materiais didáticos como impressos, vídeos, softwares ou, de modo mais genérico, qualquer Objeto de aprendizagem.


Modelos de design instrucional

O modelo de design instrucional varia entre as práticas das abordagens pedagógicas/andragógicas e os diferentes tipos de TICs na educação, implicando, por sua vez, a definição de modelos diferenciados de DI para o aprendizado presencial e a distância, uma vez que variam os contextos e os padrões de utilização da tecnologia.

Os modelos de design instrucional são: design instrucional fixo (ou fechado – DI fixo), design instrucional aberto (DI aberto) e design instrucional contextualizado (DIC), segundo Filatro (2008).

Para descrevermos as etapas de cada tipo de DI utilizaremos o modelo ADDIE3 que consiste nas fases de análise, design, desenvolvimento, implementação e avaliação do projeto educacional.

DI fixo

Na fase de análise do DI fixo, um designer instrucional trabalha em colaboração com os conteudistas, especialistas em mídias e profissionais da educação, analisando as necessidades de aprendizagem do público-alvo. Uma característica do DI fixo é a separação completa entre as fases de concepção (design) e execução (implementação).
No aprendizado eletrônico, a fase de concepção envolve a elaboração de roteiros ou storyboards4, onde são definidos, pelo designer instrucional, a organização de apresentação dos conteúdos didáticos, a linguagem, o layout, as ilustrações e as locuções. O produto resultante destes roteiros envolve conteúdos bem estruturados, mídias selecionadas e feedbacks automatizados.

Na próxima etapa, o designer avalia o desenvolvimento dos produtos especificados na fase de design, acompanha os especialistas responsáveis (web designers, animadores, designers gráficos, programadores e ilustradores) por este desenvolvimento e realiza testes.

Tendo chegado ao produto final, é feita a implementação com a execução do projeto, seguindo estritamente o que foi planejado, ou seja, a publicação dos conteúdos num Ambiente Virtual de Aprendizagem (AVA) permite que os alunos interajam com eles.

Vale ressaltarmos que o material didático elaborado, usando o modelo de DI fixo, permite que os alunos interajam basicamente com os conteúdos após sua publicação e que é direcionado à educação de massa. A avaliação do produto final é feita pelo designer durante o seu desenvolvimento, utilizando testes-piloto, e após sua implementação, quando são realizadas avaliações objetivas para verificar o desempenho dos alunos.

DI aberto

O DI aberto privilegia mais os processos de aprendizagem do que os produtos. É comumente utilizado para cursos on-line. Uma vantagem nisso é que as opções oferecidas no AVA são pré-configuradas, tendo-se a liberdade de reconfigurá-las a partir do feedback dos alunos. Além disso, os AVAs são menos estruturados, com mais links encaminhando a referências externas.

Seguindo o modelo ADDIE, no caso do DI aberto, a fase de concepção deve envolver o designer instrucional e o professor responsável pelo curso. Juntos, eles devem analisar o público-alvo, a metodologia de ensino, a seleção de bibliografias e definirem as especificações do AVA onde o curso será oferecido.

Na etapa de design, o designer desenvolve gabaritos que auxiliam o desenvolvimento dos conteúdos, os guias de estudo e tutoriais que funcionam como manuais de orientação para os alunos. Na etapa de implementação, o professor é autônomo em relação ao ajuste do design inicialmente proposto. Finalmente, o docente responsável pelo curso deve adotar a avaliação formativa ao longo de toda a execução e, a partir das avaliações formais, poderá realizar alterações no design instrucional do AVA inicialmente definido.

DI contextualizado (DIC)

Este modelo busca o equilíbrio entre a automação dos processos de planejamento e a personalização e contextualização na situação didática, usando para isso ferramentas características da Web 2.0. Aproxima-se bastante do DI aberto, uma vez que a atividade humana é mais importante. (FILATRO,2008).

Seguindo o modelo ADDIE, na fase de análise, dada a natureza dinâmica do DIC, a identificação das necessidades de aprendizagem, a caracterização dos alunos e o levantamento de restrições constituem apenas um foco inicial de trabalho, que deve ser aprimorado paralelamente à participação dos alunos.

Na fase de design, o designer instrucional especifica o cenário no qual ocorrerá a aprendizagem, incluindo elementos como título, autor ou instituição responsável pela oferta, abordagem pedagógica, objetivos de aprendizagem, papéis, conteúdos, mídias e ferramentas utilizadas, fluxo das atividades e outros requisitos específicos do contexto.

Na fase de desenvolvimento, o designer instrucional faz a programação de atividades, interações e regras de adaptação a serem aplicadas durante a fase de execução. Como resultado, gera um pacote com toda a informação que é necessária para a execução das unidades descritas.

Já na fase de implementação, o DIC pressupõe a participação dos alunos na (re)definição de objetivos, bem como na seleção de estratégias de aprendizagem e mecanismos de avaliação. Por essa razão, envolve uma carga maior de metacognição (pensar sobre os próprios processos de aprendizagem) para tomada de decisões individuais ou colaborativas relacionadas ao design.

Na etapa de avaliação da aprendizagem, este modelo considera métodos alternativos e perspectivas de longo prazo, tais como projetos, portfólios, análise de desempenho, estatísticas sobre percursos de aprendizagem diferenciados, reflexão na ação e autoavaliação em contextos autênticos.

Por fim, é importante destacarmos que, independentemente do modelo de design instrucional escolhido e praticado pela instituição, o mais importante é nós, futuros designers instrucionais e/ou docentes conteudistas, considerarmos o perfil do nosso aluno, para que possamos elaborar materiais que realmente possam contribuir com o processo de socialização e desenvolvimento da sociedade.

Resumindo:


História do Design Instrucional.


Um túnel do tempo sobre DI passando por cada década, desde o início até os dias atuais.

Referencias:


Fundação CECIERJ – Educação a Distância
Acesso em: 16/05/2011

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